Louvai e bendizei ao meu Senhor,e dai-lhe graças. Servi-o em grande humildade.

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Louvai e bendizei ao meu Senhor,e dai-lhe graças. Servi-o em grande humildade.

quinta-feira, 31 de março de 2011

"A multidão ficou admirada."





Paz e Bem !

Nos Evangelhos podemos ver Jesus expulsando demônios para curar.

Afinal, as doenças eram consideradas como castigos, ou como punição pelos pecados, um entendimento que perdurou durante séculos e que só vai se extinguindo na medida em que , por um lado a ciência avança e dá as explicações racionais para os nossos males. E,  por outro lado, vamos avançando, nós mesmos,  na descoberta de Jesus.

O Senhor  Jesus  que vai muito além de ser  um simples “milagreiro” ocasional, para chegarmos ao conhecimento do Cristo que nos liberta do mal, físico ou espiritual, pelo Seu poder de Filho de Deus, de Autor de todas as coisas .

Jesus não era um operador de milagres, fosse só isto, nossa compreensão de Sua passagem por nossa humanidade estaria seriamente comprometida.

E hoje, no Evangelho do dia,  Lucas 11, 14-23, o Senhor , após curar um homem que era mudo, “libertando o demônio da mudez” , é acusado pelos que O perseguiam de agir exatamente pelo poder de quem Ele expulsava.

É uma acusação tão absurda que pode ser resumida assim> o demônio liberta outro demônio para fazer um bem.

Mas sabemos que não há comercio entre a luz e as trevas.

O que está em evidência na acusação dos fariseus a Jesus é ainda a total incapacidade deles de entenderem que o que o Senhor faz, o poder de Jesus, é o poder de aniquilar a opressão, todo tipo de opressão, inclusive a dos fariseus e doutores da lei, que O perseguiam, porque Ele denunciava com Seus atos de amor, a imensa maldade dos corações dos que O acusavam.

E como era difícil aos fariseus daquele tempo, compreenderem que a misericórdia triunfa sobre o julgamento.

E esses ainda pedem a Jesus um “sinal”, para que acreditassem que Ele agia em Nome de Deus, e não em nome do mal, como suas mentes e bocas expressavam o que lhes passava no coração.

Lucas nos escreve que a “multidão ficou admirada”. Porém,  os fariseus se enfureciam a cada prodígio de Jesus.

É que o Senhor tocava o coração daqueles para quem Ele veio, mas não conseguia tocar o coração dos seus perseguidores, porque eles se encontravam cegos, mudos e surdos enquanto Jesus libertava tantos da surdez, da mudez e da cegueira.

Mais uma vez vemos que a Fé é um Dom de Deus, que encontra terreno fértil no coração dos oprimidos, nunca dos opressores.

A cada cura que Jesus operava,  Ele sinalizava para todos que > a cegueira, a mudez, a paralisia, mesmo a morte, está no coração que se fecha à ação do Espírito Santo,  que movia o Senhor pelos caminhos onde andou.

Ao curar essas incapacidades, Jesus acena para a solidariedade para o amor. Ele devolvia o doente à vida e ao senhorio de Deus, que nos quer sempre bem felizes , como quando nos fez e nos colocou em um jardim. Mas nós  escolhemos negar esse jardim e fomos expulsos para  leste dele.

E é isso que Jesus vem resgatar, nossa cidadania na Cidade de Deus, nossa condição de eleitos do Pai , e não proscritos para o leste > o lócus das trevas do pecado e do mal.

“E a multidão ficou admirada”, Lucas nos revela.

Porque essa multidão, que somos nós, compreendemos que Jesus,  mais que curar um mudo, nos ensina a falar. Mais do que nos curar os olhos doentes, Ele nos ensina a ver.
Mais  do que curar leprosos, Ele nos limpa dos nossos pecados. Mais do que fazer paralíticos andarem Ele nos ensina a caminhar atrás Dele, no Seu caminho, ainda que haja uma cruz pessoal que temos de carregar atrás da Dele,  com Ele ressuscitaremos para a vida que não mais se extinguirá.

E era para essa multidão admirada, que somos todos nós, que Jesus continuava subindo, rumo à Jerusalém, nos levando a todos.

Todos que conseguimos ver além do milagre mirabolante > o sentido salvífico de cada um sinal de Jesus.

Os outros, bem , os outros continuam falando de belzebu e de demônios, e assim, vão se enriquecendo, e fazendo perder tantos que outrora pertenciam à multidão admirada.

Os que espalham, e fazem perder a multidão que ainda consegue se  admirar.


Não percamos jamais nossa admiração pela libertação que Jesus nos trás.

Frei Bento, frade menor e pecador.


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