Louvai e bendizei ao meu Senhor,e dai-lhe graças. Servi-o em grande humildade.

Louvai e bendizei ao meu Senhor,e dai-lhe graças. Servi-o em grande humildade.
Louvai e bendizei ao meu Senhor,e dai-lhe graças. Servi-o em grande humildade.

sábado, 26 de março de 2011

Quem somos nós nessa festa?

O retorno do filho pródigo- Rembrant



Paz e Bem !

A Parábola que o Evangelho nos conta neste Sábado,  é a belíssima Parábola do Filho Pródigo,, ou que também é chamada pelo seu outro Grande Protagonista> A Parábola do Pai e de seus dois filhos”

É o texto de São Lucas 15, 1-3.11-32 .

Para fazermos uma leitura orante deste belo texto da humanidade, devemos primeiro contextualizar, entender para quem ela foi contada.

E São Lucas nos diz> “Certa ocasião, muitos cobradores de impostos e outras pessoas de má fama chegaram perto de Jesus para o ouvir. Os fariseus e os mestres da Lei criticavam Jesus, dizendo: - Este homem se mistura com gente de má fama e toma refeições com eles.”

Para responder-lhes, Jesus contou então a Parábola, que todos sabemos, seu início, meio e fim, ela faz parte de nosso imaginário, a expressão “Filho Pródigo” representa todo aquele que volta após se perder nos descaminhos da vida.

É sim, uma estória de retornos e de perdão. 

Sempre me encantei com essa narrativa, me debruçado sobre os seus significantes que vão muito além do literal. 

Ela , junto com a Parábola do Bom Samaritano e a Parábola do Rei em Mateus 25, são três grandes rotas para seguirmos o Cristo.

A do Filho Pródigo nos apresenta a Graça de Deus, sempre pronto a nos receber de volta quando nos perdemos em descaminhos, a do Samaritano nos explica quem é o nosso próximo e o que devemos fazer por ele, a do Rei em Mateus 25 é a concretização do reino, a excelência da caridade, a ética profunda do cristianismo em alteridade.

Mas no texto de hoje nos são narradas duas , não só uma volta, não um só retorno. 

Existe, claro, o retorno do filho mais moço com toda a beleza da conversão, e a maravilha da Graça operante.

Mas existe o outro retorno, o do filho mais velho, que estava no campo e, "quando voltou",  ouviu musicas e danças e perguntou ao servo o que seria aquilo. 

Ao saber do que se tratava foi tomado de ira porque se julgava justo, cumpridor das leis e dos mandamentos e, no entanto, nunca recebera nem um cabrito para festejar com seus amigos. Mas o irmão que gastara tudo que tinha recebido por herança antecipada, voltou e recebeu uma festa.

Quantas vezes somos o filho mais velho, pensamos que temos direito ao amor incondicional do Pai porque cumprimos suas leis, seus mandamentos? E somos incapazes de perceber o sentido da “festa” que o Pai oferece para receber aquele que se perdera no mundo, no avesso da misericórdia. 

No relato,  São Lucas não diz se o filho mais velho participou da festa e acolheu seu irmão, ele reduz a participação do filho mais velho à sua amargura.

Não sabemos o que aconteceu depois, na vida do filho mais novo, nem na vida do mais velho. Porém sabemos do que aconteceu ao Pai, porque a misericórdia de Deus não se extingue.

Para receber a misericórdia do Pai não é necessário apenas cumprir as leis e os mandamentos, é necessário saber acolher e saber perdoar, muito além de condenar e, sobretudo : saber voltar , estar em festa,e compartilhar da alegria por aquele que , “estava morto e agora reviveu, estava perdido e foi achado.”


E foi para estes : os publicanos e os de “má fama” , segundo os critérios dos fariseus, que Jesus contou esta Parábola. 

E nós?

Qual dos dois filhos somos nós, nessa festa?

Frei Bento, frade menor e pecador.

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